
A epicondilite lateral do cotovelo, ou cotovelo de tenista, é a síndrome de sobre-uso mais comum de todas e está associada a movimentos excessivos de extensão do punho e dedos.
Esta lesão envolve os músculos e tendões do antebraço, que se estendem desde o punho e dedos até se inserirem, através dos seus tendões, no epicondilo umeral, na face lateral do cotovelo. O tendão mais comummente lesado é o extensor radial curto do carpo.
A inflamação específica raramente está presente pelo que o termo epicondilite, originalmente usado para descrever o espectro de lesões que iam desde a inflamação do tendão à ruptura parcial, foi substituído pelo mais genérico epicondilalgia do cotovelo.
A epicondilite lateral, é uma condição comum que acomete de 1 a 3% da população. O termo epicondilite sugere inflamação, embora a análise histológica tecidual não demonstre um processo inflamatório. O mecanismo de lesão está associado à sua sobrecarga. O tratamento inclui: repouso, fisioterapia e a utilização de imobilização específica.
Esta lesão, causada pelo uso excessivo ou por esforços repetitivos dos extensores do punho, é frequentemente observada em praticantes de tênis, badmington ou squash, mas também é cada vez mais comum em outras atividades repetitivas, como na pintura ou no teclar.
Nos atletas, dois tipos de início dos sintomas são comumente vistos:
Início súbito: ocorre num único momento de esforço, em alguns gestos bruscos durante o desporto. Pensa-se que isto corresponderá a uma micro-ruptura no tendão.
Início tardio: normalmente ocorre dentro de 24-72 horas após um intenso período de extensão do punho, principalmente em atleta despreparados. Alguns exemplos podem incluir um jogador de tênis com uma nova raquete ou o jogador de fim-de-semana que fez um esforço excessivo.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
- Dor cerca de 1-2 cm abaixo e do lado de fora do cotovelo (epicôndilo lateral)
- Falta da força muscular do punho com dificuldade em fazer tarefas simples como abrir uma maçaneta de porta ou apertar a mão a alguém.
- Dor na parte externa do cotovelo, quando se estende mão e dedos para trás contra resistência.
- Dor ao pressionar (palpação), logo abaixo do epicôndilo lateral do lado de fora do cotovelo
O diagnóstico de uma epicondilalgia lateral do cotovelo é normalmente clínico, baseando-se nos sintomas, na história clínica e no exame físico ao doente. Certifique-se de dizer ao seu médico se já machucou o cotovelo anteriormente ou se tem uma história de artrite reumatóide ou doença do sistema nervoso.
Tratamento
A maioria dos pacientes com epicondilalgia lateral do cotovelo reage bem ao tratamento com fisioterapia. O tratamento, no caso de a lesão se encontrar numa fase aguda, tem como objetivo inicial controlar os sinais inflamatórios, através de:
- Descanso: Evite atividades que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que exijam o esforço muscular mantido dos músculos extensores do punho.
- Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
- Compressão: poderá utilizar uma cotoveleira compressiva específica para reduzir o inchaço e proteger o músculo e tendão de novas agressões.
- Analgésicos e anti-inflamatórios: analgésicos como o paracetamol são geralmente úteis. Ocasionalmente, analgésicos mais fortes podem ser necessários. Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação.
Nesta primeira fase, que pode durar entre 2 dias e 2 semanas, deverá ser identificada a origem dos sintomas, e dadas indicações para a correção do gesto que desencadeou a lesão. Numa segunda fase o objetivo principal será recuperar a força e mobilidade completas, as seguintes técnicas poderão ser utilizadas:
- Massagem de mobilização suave dos tecidos deve começar logo após a primeira fase. À medida que o paciente for recuperando deverá ser introduzida massagem transversal profunda para uma correta cicatrização e reorganização do tecido muscular.
- Exercícios de alongamento progressivo dos extensores do punho, que deverão ser mantidos por algum tempo depois do final da recuperação.
- Fortalecimento muscular dos extensores do punho e dedos, de inicio estático, no entanto, assim que a dor permitir, deverão ser introduzidos exercícios de fortalecimento excêntrico.
Se os sintomas não aliviarem após 6-12 meses de tratamento conservador, a cirurgia poderá ser recomendada. A maioria dos procedimentos cirúrgicos para epicondilalgia, envolvem a remoção da parte de músculo lesada e reinserção da parte muscular saudável no osso.
Exercícios terapêuticos para a epicondilalgia lateral do cotovelo
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma epicondilalgia lateral do cotovelo. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Alongamento dos extensores do punho
Em pé ou sentado, estenda o braço para a frente alinhado com o ombro, com a palma da mão virada para si. Com a outra mão puxe os dedos em direcção a si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a palma da mão virada para a frente e os dedos para cima
Repita entre 15 a 30 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Fortalecimento dos extensores do punho
Com o antebraço apoiado e um peso na mão. Puxe o peso para cima. Mantenha a posição durante 8 segundos. Desça lentamente para a posição inicial.
Repita 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma
Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
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